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O novo superman

Quando Jerry Siegel e Joe Shuster escreveram a HQ (História em Quadrinhos) “Superman” para a editora DC Comics não imaginavam que seria tanto sucesso, menos ainda, que a “estória” do homem de aço do planeta Krypton ganharia cinco adaptações para o cinema, todas feita pelos estúdios da Warner Bros. Dezenove anos depois de sua última adaptação, – Superman IV - Em busca da paz (Superman IV – The Quest for Peace, EUA, 1987) – Superman retorna às telas do cinema na pele de Brandon Routh, o “Christopher Reeve da nova geração”. Superman – O Retorno (Superman Returns, EUA, 2006), tenta refazer a série que marcou o cinema na década de oitenta com os mesmos efeitos que eram surpreendentes para a época e que aos jovens de hoje podem parecer ultrapassados. O filme conta com a direção de Bryan Singer, experiente em direção de filmes baseados em estórias de super-heróis dos quadrinhos, X-men (2000) e X-men 2 (2003) e com o veterano Kevin Spacey interpretando o vilão Lex Luthor. 
         Após o sumiço de cinco anos, em busca de sobreviventes do planeta Krypton, o herói volta para casa. De volta à Terra, Clark tem uma surpresa: o mundo aprendeu a viver sem o Superman e, sua amada, a repórter Lois Lane (Kate Bosworth), seguiu com sua vida, teve um filho e está noiva do sobrinho do editor do jornal, Richard Write (James Madsen). Mesmo após a matéria “Por que o mundo não precisa de Superman” escrita pela própria Lois e com a qual ganhou o prêmio Politzer, o herói tem uma missão importante que fará com que o mundo reconheça que ainda precisa do super-homem: salvar a Terra das loucuras de seu antigo inimigo, Lex Luthor. O vilão, que acabou de sair da cadeia, pretende dominar o mundo construindo um novo continente em cima dos Estados Unidos. Para tornar as coisas ainda mais difíceis, Luthor tem uma arma contra Kal-El: Kriptonia, o homem de aço não resiste a esta substância que retira a sua força vital. Ao final, Superman acaba vencendo e Lex Luthor termina perdido em uma ilha, após a queda de seu helicóptero. 

         Brandon consegue passar a idéia de que Clark é atrapalhado, mas não demonstra a segurança de Superman. As identidades do herói são opostas, essa oposição foi levada a sério nos primeiros filmes da série à ponto de o cabelo de Clark Kent ser partido para o lado oposto ao de sua outra identidade como Superman. O novo filme da série faz a história do “alienígena” kriptoniano ser muito comparada com de Jesus Cristo, nos quadrinhos isso já havia sido comentado por alguns estudiosos, mas nunca ficou tão claro nos filmes como nessa nova versão da série. A maneira como o longa foi elaborado fez a profecia de Kal-El assemelhar-se, claramente, com a de Jesus. Talvez não tenha despropositado, mas qualquer expectador mais atento podia perceber a semelhança.  

         Kate Bosworth fez uma Lois Lane odiosa, o desprezo que dava a Clark fez parecer que na verdade não amava o Homem de aço, e sim, é encantada pelo figura de herói contida na sua outra identidade. É certo que muitas mulheres “viajam” na figura de herói, mas, no caso da HQs, a idéia era Lois ter dúvidas em relação a sua verdadeira identidade e se suspeitar o tempo todo de Clark. Na filme, essa suspeita só se dá numa cena em que a repórter, conversando com seu noivo Richard, descreve Superman e compara com seu colega de redação, Clark, mas logo retira a hipótese pois o considera um bobalhão.     

         Fazer uma nova versão de um clássico é torna-se alvo de muitas críticas. Para fugir um pouco delas e fazer valer a pena o orçamento de US$ 250 milhões gastos na produção do filme, Bryan Singer tenta seguir o clássico à risca, copiando o cenário e até escolhendo um sósia do homem que imortalizou a figura do Superman: Christopher Reeve. Tornou-a imortal a ponto de o segundo filme da série que foi indicado ao prêmio FRAMBOESA de pior Ator Coadjuvante (Richard Pryor) e Pior Trilha Sonora e o quarto filme que foi indicado ao prêmio FRAMBOESA de Pior Atriz Coadjuvante (Mariel Hemingway) e Piores Efeitos Especiais, terem sido assistido por centenas de pessoas apenas por ter no elenco Christopher Reeve, o ator tornou-se sinônimo de Superman. 

         Os quatros primeiro filmes da série foram estrelados por Christopher, Superman – O filme (1978), Superman II – A aventura continua (1980), Superman III (1983) e Superman IV – Em busca da paz (1987) ele sempre será o super-homem na cabeça de todos. Singer sabia disso foi por isso que escolheu Brandon Routh. Além de parecer muito com Christopher, é um ator desconhecido o que despertou a curiosidade dos antigos fãs da série que foram ao cinema para ver se Brandon dava conta do recado. Além disso, o ator tem a mesma idade que Christopher tinha na época que interpretou o super-homem pela primeira vez. Tentando resgatar ainda mais imagem do antigo Superman, o diretor pegou nos arquivos do filme as imagens de Marlon Brando como Jor-El e reproduziu para seu novo filme. O novo Superman não tem nada de novo, a não ser o fato de que agora é pai. O filho de Lois Lane, não é de seu noivo Richard e sim de Clark, no decorrer do filme, a criança revela ter superpoderes ao empurrar um piano em um capanga de Luthor.

         Aqueles que assistiram a DVDs das séries antigas e se chocaram com a precariedade dos efeitos especiais da época podem se deliciar com a nova versão igual, mas com efeitos especiais modernos típicos de um filme de tecnologia avançada. É um filme bastante interessante para aqueles que gostam de novas adaptações.

Eu escrevi esta resenha crítica para uma disciplina do primeiro período da graduação em comunicação social. É claro que fiz algumas alterações, mas, para preservar o histórico evolutivo da minha maneira de escrever, mantive algumas falhas.

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