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Mostrando postagens de junho, 2011

A Belle Époque dos artistas

Os artistas da Belle Époque não tinham um estilo único. Alguns pintavam sobre a morte, a fome, a miséria e a dor. Outros, sobre a vida, o belo e a forma. Podemos dizer que a própria arte revela uma época cheia de contradições e diferenças no âmbito econômico, político e social. Diferenças que provoca em cada autor uma necessidade de expressão diferente. Cada artista dá enfoque àquilo que para si apresentava-se como um referencial duma época ou mesmo de uma sociedade. Muitos desses artistas pertenciam à alta classe burguesa, porém contestavam a própria classe social através de suas obras. Isso explica o porquê de muitos quadros só serem publicadas após a morte de seus autores. Os impressionistas, por exemplo, não eram bem vistos pelos apreciadores de arte. O desprezo dado a eles está relacionado à ausência da forma em seus quadros. Uma sociedade burguesa precisava da forma como símbolo de ordem e civilização. O belo está ligado à forma. O "feio" e/ou disforme ao primitivo e d

O novo superman

Quando Jerry Siegel e Joe Shuster escreveram a HQ (História em Quadrinhos) “Superman” para a editora DC Comics não imaginavam que seria tanto sucesso, menos ainda, que a “estória” do homem de aço do planeta Krypton ganharia cinco adaptações para o cinema, todas feita pelos estúdios da Warner Bros. Dezenove anos depois de sua última adaptação, – Superman IV - Em busca da paz (Superman IV – The Quest for Peace, EUA, 1987) – Superman retorna às telas do cinema na pele de Brandon Routh, o “Christopher Reeve da nova geração”. Superman – O Retorno (Superman Returns, EUA, 2006), tenta refazer a série que marcou o cinema na década de oitenta com os mesmos efeitos que eram surpreendentes para a época e que aos jovens de hoje podem parecer ultrapassados. O filme conta com a direção de Bryan Singer, experiente em direção de filmes baseados em estórias de super-heróis dos quadrinhos, X-men (2000) e X-men 2 (2003) e com o veterano Kevin Spacey interpretando o vilão Lex Luthor.           Após o

O Encanto na Narrativa Cinematográfica

Deleuze diz em As Potências do Falso que Jean Rouch “substitui suas ficções pelas fabulações do outro”. O mesmo serve para falar de Luiz Villaça em relação ao estilo que ele adota em O Contador de Histórias. O filme poderia ter uma linguagem dramática que coloca a violência e a pobreza como problemas sociais insolúveis. Mas Villaça prefere construir uma narrativa que mostra as peripécias de um menino de treze anos recheadas de fantasias que se misturam com a realidade. Ver o mundo como uma história fabulosa era quase um tranquilizante para Roberto Carlos Ramos, hoje um dos maiores contadores de história do mundo. E para contar a vida deste que encanta pela palavra e por seu dom para contar história, Luiz Villaça optou por mergulhar neste universo mágico. O filme faz uso de figuras de linguagem semelhantes às dos mitos, fábulas e contos infantis. É tudo tão mágico que se fecharmos os olhos ao ouvirmos o próprio Roberto narrar “comida de primeira, professores edificantes e quartos e

Verdades e mentiras no cinedocumentário: análise do filme Juízo, de Maria Augusta Ramos e Wilsinho Galiléia, de João Batista Andrade

Será tudo verdade? João Batista de Andrade em  Wilsinho Galiléia  cria uma nova linguagem para o cinema numa época em que não havia espaço para a criação. Num período que a censura ditava quem podia fazer e como deveriam ser feitos os filmes. O cinema reafirma o seu sentido de arte e entretenimento. Pois, o filme de João Batista tem caráter artístico e foi desenvolvido para um programa feito para as massas. Os cineastas que começaram no Globo Repórter dos anos 70 encontraram no próprio conceito de cinema uma maneira de ligar a arte a comunicação e a informação.     Já Maria Augusta Ramos em  Juízo  encontra uma nova linguagem para cinema num momento em que a banalização da violência tomou conta do cinema. Augusta se distancia da “arte da violência” para discutir a violência através de um “documento-ficcional” onde verdades e supostas verdades são imagens que se misturam. Para explicar a precariedade do sistema judiciário brasileiro Augusta reafirma o trocadilho com o dito po